 |
Saiba o que é
TURNOVER |
|
Out-27-2008 |
RH esse desconhecido... –
Saiba o que é TURNOVER
E porquê esta palavrinha é tão
importante para a saúde de sua empresa |
Por Alexandre Peconick (texto) /
Fotos – Site Sxc.hu |

para ter pessoas aderentes à cultura de
uma empresa é preciso que elas fiquem mais tempo em cada
empresa |
|
A saúde de uma
empresa pode se definir pela relação entre o
número de pessoas que entra e pelo número de
pessoas que sai de uma empresa durante um mês em relação
ao total de funcionários existentes naquela empresa.
Muito usado pelas áreas de Recursos Humanos das organizações,
o termo “turnover” também é conhecido
como “rotatividade” e traduz, na verdade, o percentual
de substituição que uma empresa possui e serve
como indicador de saúde organizacional, ou seja, o
giro entre entradas e saídas de uma empresa.
Dependendo do tipo de organização, se o turnover
tiver um alto percentual, maior do que 5% indica que algo
está errado na organização. É
o momento de analisar o por quê dessa alta rotatividade,
afinal, não podemos esquecer que os chamados funcionários
são antes de tudo pessoas. Essas pessoas têm
necessidades e criam vínculos dinâmicos de relacionamento
com os colegas da empresa, ou mesmo com clientes e fornecedores.
Os colaboradores de uma organização detêm
o conhecimento das rotinas de trabalho, o que a empresa produz
ou quais serviços ela presta e, após algum tempo
na mesma, esses profissionais passam a dominar essas atividades
e a desempenhá-las sem maiores problemas. Quando alguém
da equipe sai, as atividades sofrem mudanças que em
maior ou menor grau afetam a organização. Assim
como um motor que para de funcionar caso alguma engrenagem
se deteriore, a empresa também sente essa saída.
Tecnicamente o alto Turnover pode ser ocasionado por vários
fatores dentre eles: recrutamento e seleção
com problemas; baixo comprometimento organizacional; problemas
com clima organizacional; suporte organizacional com problemas;
política interna de pessoal com falhas em alguns ajustes;
remuneração inadequada; benefícios insuficientes
ou mal empregados; mercado de trabalho aquecido.
Para alguns profissionais uma alta rotatividade entre vários
trabalhos é até positivo para seu “encarreiramento”.
O mesmo pode não ocorrer do ponto de vista da empresa,
que precisa analisar com cuidado e metas porquê seus
colaboradores estão saindo do seu ambiente com tanta
intensidade.
Como e porque calcular o turnover
Uma empresa calcula turnover, em geral, para poder ter referenciais
para suas ações de mudança, para seu
trabalho de desenvolvimento. Bem comparando, é como
se a empresa fosse um veículo; nesse caso o turnover
seria uma luz vermelha no painél deste carro indicando
que o combustível está no final ou que o motor
está superaquecido.
O turnover apresenta várias discussões da forma
mais adequada de cálculo. Dentre estas temos a mais
clássica que apresentamos a seguir.
Cálculo clássico de Turnover[1]
Fórmula: No de Demissões + No de Admissões
/ 2 / No de Funcionários ativos (no último dia
do mês anterior).
Alguns teóricos questionam este cálculo para
organizações que apresentam crescimentos ou
diminuições em grandes quantidade. Dentre estas
temos alguns casos, como os Callcenter's (terceiros), hotéis
e supermercados, que passam por grandes oscilações
decorrentes de seus clientes ou mesmo sazonalidades de serviços.
Além destes temos lojas e indústrias que trabalham
em grande quantidade nos períodos de festas como Natal.
Para tanto existem estudiosos que defendem a utilização
de duas possibilidades de cálculo.
O primeiro cálculo leva em consideração
apenas os desligamentos fora reduções, podendo
ser chamado de taxa de desligamentos.
Cálculo da taxa de desligamento:
Fórmula: No de Demissões / No
de Funcionários ativos (no último dia do mês
anterior)
Além do cálculo da taxa de desligamentos temos
uma grande vertente que levanta que precisamos calcular o
turnover utilizando apenas as substituições.
Sendo assim, implica na retirada de desligamentos e admissões
oriundos de ampliação ou redução
de quadro.
Cálculo do Turnover considerando
substituições[2]
Fórmula: No de Demissões que
serão substituidos + No de Admissões para substituição
/ 2 / No de Funcionários ativos (no último dia
do mês anterior)
Discussões acerca do assunto
O Turnover é muito discutido no meio organizacional,
sendo um indicador importante de Saúde Organizacional.
Para que o cálculo seja feito de maneira adequada precisamos
expurgar o que for Aumento ou diminuição de
quadro, pois, não teremos "rodízio"
de pessoal. No meio de Callcenter a orientação
geral é que cada operação tenha seu cálculo
feito separado para que seja mais preciso. E a o número
final da empresa é feito pela média ponderada
de cada operação. O Staff deve ser considerado
como uma operação. O Turnover precisa ser controlado
para manter o capital intelectual da empresa, além
de trazer fortes impactos em custo de recrutamento, seleção
e treinamento quando está fora de controle.
|
|

Turnover alto, em geral, provoca prejuízo
financeiro a uma organização! |
|
Apesar de muitas empresas
acreditarem que, quando uma saída de colaborador é
por sua decisão e portanto, não a afetará,
isto é um engano. Qualquer saída é traumática
para a organização, por mais argumentos que
existam a seu favor. Basta imaginar o quanto foi gasto com
treinamento dessa mão-de-obra, com a burocracia contratual,
benefícios, encargos e outros gastos operacionais não
tão facilmente mensuráveis, para notarmos que
de uma forma ou de outra, a empresa sempre sai perdendo nesse
caso.
Também basta considerar todos os benefícios
diretos e indiretos que aquele colaborador possa ter trazido
à organização. Talvez uma política
de contratação mais adequada ou um processo
de contratação melhor executado, ou mesmo, uma
melhor definição das atribuições
do cargo poderiam ter evitado esses gastos inúteis
e o trauma gerado ao colaborador demitido.
Qual seria o custo de rotatividade de pessoal? Somam-se:
• despesas de rescisão de contrato de trabalho;
• despesas de recrutamento;
• despesas de seleção;
• despesas de treinamento;
• despesas de adaptação; e
• outras despesas variáveis (advogados, justiça
do trabalho, etc.).
Faz bem para a empresa investigar o porquê de um alto
turnover
Para reduzir o índice de rotatividade de pessoal, devemos
em primeiro lugar, pesquisar as principais causas que podem
estar acontecendo internamente na empresa e através
dela, diagnosticar cada uma e finalmente atribuir uma solução.
Apesar de óbvio, será que as empresas realmente
estão valorizando seus talentos e suprindo suas necessidades,
a fim de não perdê-los para a concorrência?
Será que melhores salários, treinamento adequado,
concessão de benefícios e melhora do ambiente
de trabalho poderão retê-los? Para saber o que
motiva um colaborador a deixar a empresa, utilize a entrevista
de desligamento para isso. Questione o por quê da saída,
não perca essa oportunidade de saber o que está
ocorrendo.
Em se tratando de reter talentos na empresa, notamos que o
treinamento sempre é fundamental. Uma prática
que está se tornando comum nas grandes empresas é
o chamado e-learning, ou seja, a possibilidade de aprendizagem
à distância, proporcionada pelo uso cada vez
mais freqüente da internet e de intranets nas organizações.
O e-learning é uma maneira rápida de permitir
que uma quantidade maior de funcionários tenha acesso
a treinamentos, que podem ser realizados em horários
diferentes, conforme a disponibilidade de cada um, e que tem
conseguido índices superiores de retenção
em relação aos treinamentos tradicionais, principalmente
porque o controle do aprendizado está nas mãos
do próprio estudante e não nas do instrutor.
|
|

Fatores emocionais/estratégicos pesam MUITO
em um turnover alto |
|
Na maioria das vezes o ser
humano busca criar vínculos, com pessoas, grupos, e
tudo o que o cerca, na tentativa de tornar a vida melhor,
e na esfera corporativa não é diferente, busca-se
sempre contato com pessoas com as quais já se relacionou
anteriormente.
Certamente um fornecedor ou cliente irá estranhar muito
se por acaso, a cada dois, três, quatro ou seis meses,
ele tiver que falar com um gerente, coordenador, líder,
analista, auxiliar diferente, pois quando ele começa
se acostumar e construir um relacionamento que pode facilitar
os negócios, tudo vai por água abaixo e vem
outra pessoa, com a qual ele necessita criar empatia.
Normalmente esses sinais não costumam ser bem vistos,
até porque indicam que ninguém está satisfeito
com a organização, que a organização
não é boa, não paga bem, trata mal os
colaboradores, fica a impressão de que ninguém
pode errar, enfim pode transmitir a sensação
de que a organização pode não ser um
parceiro confiável, de relações duradouras
e que também e principalmente, tudo ali é uma
bagunça, pois a cada momento aparece alguma pessoa
nova para dar as “cartas”.
Esse tipo relacionamento de troca constante, deteriora não
somente os contatos com os stakeholders, mas também
internamente, pois o relacionamento interno é fundamental
que esteja funcionando até porque é de lá
que sairão todos os resultados para se trabalhar com
os parceiros externos.
Quando ocorrem seguidas demissões e trocas de “peças”,
não há tempo para que se criem vínculos
no relacionamento entre os pares, subordinados, diretoria,
enfim, as pessoas trabalham pouco tempo juntas, e quando estavam
acostumando com a maneira de trabalhar de seu parceiro ele
é subitamente trocado.
Fora os aspectos emocionais que podem afetar o colaborador,
problemas de ordem estratégica, de informação,
podem vir a acometer a organização que insiste
em demitir (direta ou indiretamente) indiscriminadamente e
não valorizar planejamento a longo prazo.
A empresa certamente acredita que a demissão é
uma simples dispensa, e que em pouco tempo, outro estará
no lugar aprendendo o serviço e executando-o, como
se um macaco fosse, como se o serviço em si, se tratasse
somente de apertar parafusos como no filme Tempos Modernos
de Charles Chaplin sem precisar pensar.
Cada colaborador que vai embora leva consigo (dependendo de
seu cargo), itens primordiais e até vitais, mas que
na maioria das vezes passa despercebido, tais como:
• Idéias;
• Histórico da Empresa;
• Conhecimentos Específicos;
• Parte da Cultura da Empresa, Setor, Área;
• Clientes;
• Fornecedores;
Dentro desses itens é notório que a maior perda
é a capacidade intelectual que as pessoas possuem,
pois dentro dessa capacidade intelectual estão guardadas
essas competências, que muitas vezes podem fazer falta,
principalmente em situações de crise, onde ninguém
sabe e muito menos se lembra de nada.
Outro risco
provocado pelo turnover é o da empresa que, pretendo
se defender a todo o custo dos altos percentuais, ao invés
de melhorar seu ambiente organizacional passa a contratar
profissionais medianos, que entram em uma zona de conforto,
não trabalham pelo progresso da organização
e repelem os talentos que esta organização possa
vir ter. |
|
|
 |
|
 |